manhã do dia 04/11/19
Hoje eu me dei conta de que sou uma flor na minha vida, se é que isso faz sentido. Uma flor imperfeita, falha e pecadora, claro. Mas uma flor belamente gerada no meio do deserto. Eu estou do meu lado no fim, quando as coisas parecem estar despencando no meu ser. Desertos vêm e passam, oásis vêm e vão. O tempo me devora cruelmente. Parece que nada de bom resta. Parece que todas as árvores secaram, todas as folhas caíram, todas as coisas foram destruídas pela tempestade. E, como que por um milagre, eu ainda estou aqui. Eu sou a flor através da qual meu Pai embeleza meus dias. Constantemente ele me ensina a amar e a me aceitar para os dias difíceis em que só tem eu, meu quarto e Os Arrais. Para quando nenhuma palavra consegue sobreviver e persistir nas confusões dentro de mim, ele me faz ficar e ele me ensina a amar. Porque intensa e incondicionalmente me amou. Como ninguém mais. De fato, antes que eu estivesse aqui, ele já estava. Apesar das minhas linhas tortas e confusas pelas quais caminhei, ele continuou comigo. Sou uma flor belamente gerada, regada e salva pela sua esmagadora Graça. Todos os dias respiro o ar que ele me provê. Bebo da água e do pão que ele me dá. Sigo, no fim, a mesma luz que ilumina o caminho e que me aquece. Percebo que sou uma flor na minha vida. Por mim. E pelo Reino.