quero dançar.
às vezes parece que todos os dias foram tristes e pesados, mesmo que seja só impressão minha, e dessa vez eu quero me desprender disso. quero tirar os sapatos apertados com que corro atrás de uma felicidade que eu nunca quis. ficar descalça e dançar sobre a grama, sentindo-a nos meus pés, com uma chuva fina caindo sobre a minha cabeça. largar as mochilas pesadas de quando me importo com o que as pessoas ao meu redor pensam. os dias são melhores quando a gente só toma um bom banho de chuva, independente de quem esteja nos vendo, aproveitando que a vida é boa e leve. queria dançar sem saber os passos. passear sem saber pra onde ir. como se todos os dias fossem dias de festa. como se todos os dias fossem uma grande comemoração. e por que não poderiam ser, se todos os dias são cheios de vida? às vezes penso em como pareço estúpida me preocupando com o rumo da minha vida, esquecendo que vivo com um conselheiro maravilhoso. sei que ela já não está nas minhas mãos. eu já embarquei nesse barco faz tempos. esse barco segue o rumo do vento que sopra nas velas içadas. vento às vezes impetuoso; às vezes como brisa suave. sempre onipresente. a mesma brisa que falou comigo na caverna, quando achei que a minha vida não valia mais a pena pra continuar. o mesmo vento forte, a mesma tempestade, daquele monte que eu ansiei em subir pra ver a tua face. face de um Deus forte. o mesmo vento que me leva à comunhão e não me deixa só, de jeito algum, lembrando-me todos os dias de que emanuel vive. todos os dias ele está aqui e me faz companhia. todos os dias eu comemoro a sua vida. alegro-me quando ouço a sua voz, dizendo que a paz já pode ser alcançada por nós. me alegro na paz que tenho contigo, na liberdade de me deleitar na sua companhia e de ser conduzida por um vento tão gracioso. quero dançar. quero cantar. quero nadar. quero fazer tudo em louvor a um Deus tão maravilhoso. inclusive entregar minha vida.